Incapaz de entendê-la racionalmente, o homem passou a buscar através do sagrado a compreensão da sua existência. Ao longo da história humana, a divindade se tornou alvo de estudos, críticas, mas, principalmente, de veneração.

O sagrado é este estado de respeitabilidade acima de qualquer questionamento, contrastando, portanto, com a natureza contestadora do homem. A pessoa passa a entender os seus objetivos, ambições, desejos e sentimentos através de uma devoção pautada na fé no divino que está mais relacionada com os seus efeitos do que propriamente com explicações racionais.

A arte sacra, retrada no ensaio “Esculpindo a fé”, refere-se a exterioridade e materialidade do sagrado. Além do valor histórico e cultural, a peça ganha uma importância religiosa ao construir para o fiel uma noção palpável, física e real do divino. Ele passa a confundir a obra com a divindade em si. A arte se torna sacra.

O enfoque do ensaio é o trabalho de restauração dessa arte, em que a divindade na figura da obra sacra e o homem invertem os papéis. O homem esculpe, pinta e molda o sagrado. O homem cria a santidade para dela se tornar devoto.

renatoa_28042011_04

Flávia Faria

sem_título_28042011_062

Renato Alban