Em tese, o que nos tornaria tão diferentes dos outros animais? Talvez a capacidade de criarmos incontáveis instituições que, por sua vez, respondem por nós a “pergunta que queremos calada”.

Sempre fiéis ao benefício da dúvida e ao princípio da incerteza, saímos por aí atribuindo juízos, categorizando o mundo, separando camelos de dromedários pelo número de corcundas. Casebres e mansões pelo número de banheiros. Homens e mulheres pela produção de pêlos e preferências no horário nobre da TV. E humanos de todo o resto, pela quantidade de problemas que os primeiros conseguem arranjar.

Os fotógrafos resolveram, então, captar no embolado da civilização, o emaranhado de idéias. Transformaram sua Nikon analógica em um tear de última geração, capaz de tecer o invisível e propor a cada espectador um novo rabo entre as pernas.

Edinaldo Júnior

Luigi Piccolo

2006.1