A intenção deste ensaio foi registrar alguns elementos presentes no cotidiano dos pescadores, em especial, aqueles que desenvolvem suas atividades no bairro do Rio Vermelho. Este local foi escolhido pela sua beleza e por ter uma atmosfera peculiar que dificilmente se encontra em outros lugares.

Outro motivo de inspiração para a escolha deste tema foi a semelhança existente entre os pescadores e os fotógrafos. Ambos precisam esperar por um momento certo; o pescador para fisgar o peixe e o fotógrafo para registrar a cena ideal. A sensibilidade e a perspicácia são qualidades destes dois sujeitos que realizam exercícios tão distintos, mas com habilidades em comum.

Um dia ensolarado com a brisa que sopra do mar é um bom convite para jogar a linha, puxar a rede e sair na imensidão das águas, muitas vezes, sem destino certo. É preciso perícia para se equilibrar nas pedras escorregadias e tentar a sorte com os pés no chão. A espera pode ser menos angustiante na companhia de uma cachaça. A segurança precisa ser checada em terra firme, deve-se ter cautela antes de ir para o mar, alguns acertos no motor são indispensáveis. Diante de tantas incertezas uma coisa é certa: é preciso ter Fé.

Os pescadores e o Rio vermelho estão presentes em versos e prosas de vários escritores, poetas e cantores. Fotógrafos profissionais também já aprisionaram segundos de uma realidade daquele lugar e agora vocês podem apreciar os registros das nossas lentes amadoras.

Rodrigo Menezes
Tâmara Ferreira

2005.2